É claro que temos diferenças culturais
profundas, somos um país jovem e eles possuem uma cultura milenar. Somos
católicos na maioria, por enquanto, mas em um processo de transformação em uma
pátria evangélica eletrônica, e eles muçulmanos.
Não me surpreendi com o golpe de estado
no Egito, mas sim com a nova modalidade de golpe. Para não perderem a ajuda
americana mudaram o nome, agora é algo do tipo: “intervenção militar” para
mudar o rumo das coisas. Sempre achei que política e religião não se misturam,
mas continua-se tentando.
O Deputado Marcos Feliciano, por
exemplo, comentou que com o engavetamento do projeto da cura gay vai ser
necessário aumentar a bancada evangélica para que o projeto seja revisto no
próximo ano. Acho que esse sujeito ainda não entendeu porque fomos para as
ruas. Primeiro, não queremos mais esses políticos que estão aí, e depois não queremos um país espoliado e loteado.
Não queremos mais bancadas corporativistas. Sejam:
ruralista, evangélica, católica ou espírita. Queremos um país mais justo e que
sua laicidade seja respeitada. Todos têm o direito de professar sua religião sem
desrespeitar às outras. Queremos usufruir o que nossos impostos se destinam por lei como
educação, saúde, habitação. Pagamos por isso e não temos o retorno social.
Estamos caminhando para um impasse.
Antes a coisa era espontânea. Agora, partidos políticos estão pegando carona
nas manifestações autênticas de um povo tão desrespeitado.Por isso, eu tenho uma sugestão: já que
vamos trazer médicos do exterior poderíamos trazer também políticos da Suécia.
Quem sabe assim a coisa funciona?
Para encerrar, faço uma observação. É
notório que somos um país sobre rodas, dependemos de caminhões para transportar
quase tudo. Desde comida a combustível. Portanto, essa paralisação dos
caminhoneiros pode ter um verdadeiro efeito dominó, inclusive, com o aumento da
inflação e um provável desabastecimento nas prateleiras.
Sinceramente, eu não sei qual vai ser o
nosso desfecho. Golpe de estado? Nem pensar, decididamente não merecemos outro.
Está passando a hora de nossos políticos, juízes, empresários,
enfim todas essas classes de privilegiados pensarem se querem continuar na alienação e suntuosidade do poder vão aderir ao comboio da mudanças. Se essa
classe resolver a continuar se encastelando no poder a radicalização das ruas vai ser pior...
Por Rolando da Curva
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